segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JUSTIÇA CONDENA SEQUESTRADORES A PENA DE 15 ANOS

ATAQUES EM SÉRIE. Pena de 15 anos por sequestros. Dupla que rendia vítimas em seus carros contribuiu para que Capital superasse o Rio nesse tipo de crime no primeiro semestre - FRANCISCO AMORIM, ZERO HORA, 08/11/2010

A dupla apontada como responsável por, pelo menos, 20% dos sequestros relâmpagos no primeiro semestre na Capital foi sentenciada a 15 anos de prisão. Integrantes da classe média, o representante comercial Paulo Ricardo Silveira Marcolin, 41 anos, e o taxista Samuel da Silva Anselmo, 25 anos, foram condenados por 13 ataques.

A sentença é do dia 29 de outubro, na 9ª Vara Criminal da Capital. Segundo o promotor Luís Antônio Portela, outro processo aponta os réus como suspeitos de 12 assaltos. Os assaltantes que escolhiam suas vítimas em bairros nobres foram presos em maio, após 40 dias de investigação da 3ª Delegacia da Polícia Civil (Floresta). A partir de dois números da placa de um Gol usado pela dupla, os policiais conseguiram identificá-los e grampear seus telefones com autorização judicial.

– Eles conversavam muito com as vítimas. Apuramos o envolvimento deles em mais de 30 casos. O alvo eram os cartões com os quais realizavam saques enquanto as vítimas eram reféns dentro de seus carros – conta o delegado Cléber Ferreira, diretor das delegacias de bairros da Capital e que investigou a dupla.

Dupla não roubava celulares e notebooks “ultrapassados”

À Justiça, as vítimas disseram que os assaltantes demonstravam controle da ação. Faziam ameaças com arma em punho, diziam ter amigos na polícia, mas raramente agrediam fisicamente os reféns. Sempre rendiam as pessoas no carro delas e eram exigentes:

– Não costumavam levar celulares e notebooks que consideravam ultrapassados. Diziam para as vítimas: “Isso não vale nada, não vamos levar” – relata Portela.

O promotor não tem dúvidas da contribuição da dupla para o fato de Porto Alegre ter ultrapassado o Rio de Janeiro em sequestros relâmpagos nos seis primeiros meses deste ano. Certeza calçada em números: os ataques caíram pela metade no mês seguinte à prisão dos criminosos: de 14 para sete.

– Quando existe um aumento brusco de algum crime, sempre há a ação de um novo grupo, que faz explodir as estatísticas – diz Portela.

Zero Hora não conseguiu localizar o defensor de Anselmo, Eduardo Pivetta Boeira. Em interrogatório na 9ª Vara Criminal da Capital, Anselmo preferiu se manter em silêncio. Vilson Fernando Xavier, advogado de Marcolin, também não foi localizado pela reportagem. Em entrevista dada no dia de sua prisão, em 12 de maio, o assaltante já havia confessado o crime.

– A vítima se deixava escolher – disse Marcolin à época.

A dupla está no Presídio Central.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Crimes de sequestro podem produzir traumas irreversíveis nas vítimas. Na minha opinião, 15 anos é pouco para tantos delitos deste porte que estes bandidos cometeram. Crimes como este deveriam ter pena máxima e o cumprimento de 2/3 da pena para receber qualquer outro benefício.

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