terça-feira, 1 de julho de 2014

JUSTIÇA FRANCESA, NEM EX-PRESIDENTE ESCAPA

ZERO HORA 01/07/2014 | 07h19


Ex-presidente francês é interrogado por suspeita de tráfico de influência. Investigadores querem descobrir se o político tentou obter informações de um magistrado em troca de um cargo de prestígio


Sarkozy chegou na manhã desta terça-feira na sede da direção central da polícia judicialFoto: Dominique Faget / AFP

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido na manhã desta terça-feira para um interrogatório por suspeitas de tráfico de influência, de acordo com fontes judiciais.

Os investigadores da brigada anticorrupção da polícia judicial poderão interrogar o ex-presidente conservador, que esteve no poder de 2007 a 2012, durante 24 horas, prazo que pode ser ampliado por mais um dia. Ao fim do interrogatório, Sarkozy pode ser liberado sem acusações ou transferido a um juiz de instrução para o início de um processo.

Sarkozy chegou às 8h locais (3h no horário de Brasília) à sede da direção central da polícia judicial (DCPJ) em Nanterre, região de Paris — onde estão detidos, desde segunda-feira, o advogado do ex-presidente, Thierry Herzog, e dois altos magistrados da promotoria da Corte de Cassação, Gilbert Azibert e Patrick Sassoust.

Os investigadores querem descobrir se Sarkozy tentou obter, com a ajuda de seu advogado, informações de um magistrado com a promessa de um cargo de prestígio em troca.

Além disso, como parte de uma investigação, iniciada em 26 de fevereiro, os investigadores querem apurar se o ex-presidente foi informado ilicitamente de que a justiça havia autorizado a escuta de suas conversas telefônicas. A decisão sobre a escuta nos telefones de Sarkozy foi tomada em setembro do ano passado pelo juiz que investiga as acusações de que o então dirigente líbio Muamar Kadhafi financiou a campanha eleitoral do conservador em 2007.

Sarkozy, de 59 anos, foi derrotado nas eleições de 2012 pelo socialista François Hollande. A atual investigação pode complicar seriamente qualquer tentativa de retorno ao cenário político, nas eleições de 2017.

*AFP

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Enquanto a justiça francesa mostra para que existe, a brasileira não consegue alcançar os políticos envolvidos em irregularidades.

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