Justiça indefere sete pedidos de habeas corpus em favor de torcedores
brigões . Juíz diz que prendeu 22 por roubo e que delegada incluiu
outros três crimes
Gustavo Goulart
O GLOBO 27/08/12 - 19h19
RIO - A Justiça indeferiu sete pedidos de habeas corpus em favor dos integrantes da torcida organizada Young Flu acusados de espancar e assaltar dois torcedores do Vasco da Gama na estação ferroviária do Engenho de Dentro, no último sábado.
Os pedidos foram feitos no domingo, durante o plantão judiciário. No
fim da tarde desta segunda-feira outros quatro pedidos foram impetrados.
Eles serão avaliados pelo juízo da 33ª Vara Criminal da capital. Os 21
torcedores do Fluminense presos no sábado foram transferidos de Bangu 2
para Cadeia Pública Bandeira Stampa, em Gericinó, segundo informou a
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Nesta
segunda-feira, o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Turma Recursal do
Tribunal de Justiça, disse que a decisão de prender os 22 torcedores da
Young Flu pode ser interpretada como exemplar, mas baseada na lei. Ele
explicou que mandou prender os agressores por roubo, o que foge à alçada
do Juizado Especial Criminal (Jecrim), no qual deu plantão no sábado
passado, dia da violência.
— As vítimas foram agredidas pelos 22
torcedores e vários pertences foram roubados por três deles. Os três
foram presos em flagrante pelo crime de roubo simples e os demais pelo
artigo 157, também roubo, mas pela co-autoria e participação. Todos eles
foram identificados pelas vítimas, inclusive indicados por elas. As
vítimas ficaram bastante machucadas. A agressão durou o tempo de uma
viagem entre duas estações, partindo da Pavuna — contou. — A medida
tomada pelo Jecrim é comum. Talvez essa tenha ganhado muito destaque
pela quantidade de presos ou até mesmo pela morte do torcedor do Vasco
na semana passada (quando a vítima foi morta por torcedores do
Flamengo).
O magistrado disse ainda que há 6 anos o Jecrim vem
agindo com rigor e que para reprimir a onda de violência nos estádios é
necessário aplicar o Estatuto do Torcedor.
— O que é importante
ser dito é que diante dessa crescente violência nos estádios no Rio, o
Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia
Militar, que estão de frente para garantir a segurança, estão agindo,
estão reprimindo e essas prisões são o retrato dessa atuação unificada
do estado com o objetivo de que os estádios de futebol voltem a ser
palco para as famílias, para poderem levar seus filhos, para poderem se
divertir. E garantir o que diz o Estatuto do Torcedor, que o espetáculo
esportivo é um local de segurança, onde o consumidor pode se divertir, é
um local de lazer.
Combinação de brigas pelo telefone
Mais
cedo, o comandante do Grupamento Especial de Atendimento em Estádios
(Gepe), tenente-coronel João Fiorentini, afirmou, nesta segunda-feira, que
muitos líderes de torcidas organizadas rivais remarcam, por telefone,
os embates agendados pelas redes sociais ao serem descobertos pela
polícia. O tenente-coronel disse que vai sugerir aos clubes de
futebol que cortem os ingresssos e os benefícios de torcidas organizadas
que se envolverem em brigas e agressões aos grupos rivais.
Após a
confusão envolvendo a torcida organizada Young Flu, a chefe de Polícia
Civil, delegada Martha Rocha, entrou com uma representação no Ministério
Público pedindo a proibição da torcida nos estádios, a exemplo do que
já aconteceu com a Torcida Jovem Fla, na semana passada. A delegada
anunciou ainda que, a partir desta segunda-feira, todos os casos
envolvendo briga de torcidas e crimes praticados por torcedores de
futebol serão tratados por um núcleo formado por seis delegacias da
Polícia Civil.
Marta Rocha garantiu ainda que o núcleo vai ter
ampla atuação, cuidando não só de torcedores, mas atuando também em
grandes eventos. Marta anunciou ainda que a partir de agora qualquer
homicídio que ocorrer dentro de estádios, com suspeita de envolvimento
de torcidas organizadas, será investigado também pela Divisão de
Homicídios. Até então, a DH tinha só atuava na cidade do Rio.
—
Estou recomendando aos delegados que a partir de agora qualquer fato
envolvendo torcida organizada seja tratado com rigor. Não somos contra a
torcida, mas não podemos tolerar a prática de ações criminosas — disse
Marta Rocha.
A Função Precípua do Judiciário é a aplicação COATIVA das leis para garantir a força das leis, o respeito à legislação, os direitos e a finalidade pública do poder; processar, punir e supervisionar os criminosos; garantir o direito da população à segurança; e preservar a ordem jurídica e a democracia no Estado democrático de direito. A Justiça brasileira é representada por uma mulher vendada (imparcialidade), sentada (misericórdia), e com a espada da severidade (rigor da lei).
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário